Talk show marca recepção dos professores no Campus Vitória

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O talk show “Na Real”, mediado pela tradutora e intérprete de Libras Fernanda Nogueira, marcou a recepção dos professores no campus Vitória, dia 1º de fevereiro. Fernanda recebeu convidados em um bate-papo que mostrou as vivências reais de pessoas com necessidades específicas na instituição. A primeira a expor experiências vividas no Campus Vitória foi a aluna egressa Genilda Fernandes Borges, que cursou Técnico em Segurança do Trabalho (Proeja). Genilda tem deficiência física. Segundo ela, estudar no Campus Vitória foi uma das melhores experiências da sua vida. “Considero meus professores meus grandes amigos. No momento que entrei aqui foi tudo muito difícil, mas confiei no meu potencial e segui em frente”, comentou.

Outra convidada do sofá foi a aluna Vandressa Muniz Almeida, que cursa o quarto período de Técnico em Segurança do Trabalho (Proeja). Vandressa possui deficiência visual. Ela contou que perdeu a visão quando tinha 16 anos e ficou 10 anos desmotivada para estudar e trabalhar. A mãe foi sua grande incentivadora. “Ela me disse que tinha perdido a visão, não a vida”, explicou. Vandressa passou no processo seletivo do Campus Vitória e, dentro da instituição, além de dedicar-se aos estudos, pratica esportes como arremesso de peso, dardo e disco.

Para contar as experiências vividas em sala de aula, a convidada do “Na Real” foi a professora Ana Carolina Alves Bernabé de Almeida, que atua na disciplina de Desenho Técnico. Segundo ela, seu grande desafio começou quando precisou passar conhecimento para uma estudante com 5% de visão. “Aprendi que o mais importante é entender sobre a singularidade do estudante. E esse aprendizado deve ser construído ao longo do curso”, frisou. Carolina, junto com seu pai, construiu um equipamento adaptado para apoiar a estudante com baixa visão em sala de aula. Esse equipamento e outras experiências ela descreveu em um capítulo do livro intitulado “Práticas pedagógicas no atendimento educacional especializado: pessoas com deficiência visual”, organizado pelos professores Douglas Ferrari e Fabiana Alvarenga. Dois exemplares da obra foram sorteadas entre os professores presentes.

Para falar do outro lado – o de educar que convive com uma necessidade específica – o convidado da tarde foi o professor Edgar Simões. Edgar atua no Centro de Referência em Formação e em Educação a Distância (Cefor) e é surdo. Sua fala, em Português, chamou atenção para o real problema de viver com uma necessidade específica: “O problema não é a deficiência. O problema é o preconceito”, frisou ele, destacando que é preciso acreditar nas pessoas, nos seus potenciais.

A psicóloga do campus e membro do Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas (Napne), Sirley Trugilho da Silva, também participou do talk show e falou sobre a atuação do Napne do Campus Vitória, que possui sala de recursos multifuncionais, atendimento educacional e professores especializados.

Além dos convidados, a programação também contou com o apoio de uma equipe de interpretação formada por profissionais tradutores e intérpretes de outros campi do Ifes. José Rego da Silva, Samuel de Oliveira Morais, Sheila Faúla Muniz e Gabriel Nascimento, respectivamente, dos campi, Serra, Vila Velha, Piúma e Cefor.

Programação 
A programação da recepção dos professores teve início com as boas-vindas do coordenador de Gestão Pedagógica, Helton Andrade Canhamaque. O diretor-geral, Hudson Luiz Cogo, agradeceu as presenças dos educadores e o trabalho desempenhado pelos aposentados no ano de 2017, além de registrar os servidores admitidos e removidos para o campus. Hudson citou também as atividades, os investimentos e as reformas realizadas no campus para o início do ano letivo. Ele destacou os esforços das equipes, “que tem garantido as melhorias na instituição, apesar dos cortes orçamentários”. 

Confira todas as fotos do evento: