Projeto de hidroginástica para comunidade completa dois anos de atividades

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Em 30 de maio de 2024 o Projeto de Hidroginástica completou dois anos de retomada das aulas. Por décadas, a professora Rosane Maria Biazussi coordenou uma turma da atividade, mas com sua aposentadoria, em 2015, a iniciativa passou por um hiato. “Rosane sempre me falava para dar continuidade, que as meninas eram ótimas, era uma turma consistente, antiga e muito querida. Eu sempre respondia que não daria conta, que não era para mim, até que resolvi pegar. Fiz um projeto, encaminhei para a Coordenadoria de Extensão e assim ressurgiu a oferta da atividade”, conta a docente Marta Mirian Perim, atual coordenadora do projeto.

Hoje o projeto conta com duas turmas e atende a um total de 136 alunos, em sua maioria mulheres. “O público é formado por senhoras e senhores da terceira idade, mas temos alunos mais novos, um deles com 30 anos. O com maior idade tem 94”, explica Marta. Sobre o começo ela lembra que “foi muito tranquilo colocar em prática, a turma já existia, a Rosane tinha os contatos e nós mandamos o comunicado para todo mundo. Fizemos uma cerimônia de abertura, nela a antiga professora passou o bastão para mim e demos uma aula em conjunto”.

Apesar de uma certa rotatividade, eles possuem alunos fiéis desde a turma um, que é a mais antiga, formada pelos alunos herdados. “Uma herança bendita, como costumo dizer”, pontua a docente. Sobre a segunda turma, ela esclarece que “ela é novata. Iniciou no ano passado. Tínhamos muita procura e uma lista de interessados muito grande, então conversei com Coordenadora de Extensão, Telma Carolina Smith, e abrimos mais uma turma e mesmo assim ainda temos uma espera enorme”.

A hidroginástica foi desenvolvida na Alemanha e chegou ao Brasil na década de 80. Ela, inicialmente, foi desenvolvida para pessoas com mais idade, que precisavam praticar uma atividade física segura, e que não causasse riscos ou lesões articulares, proporcionando, assim, bem-estar físico e mental. Dentre seus benefícios, podemos destacar a perda de peso, o alívio de dores na coluna vertebral, o fortalecimento da musculatura, a manutenção da forma e do condicionamento físico, a diminuição da tensão e do stress, a recuperação de lesões e a melhora dos sistemas cardíaco, circulatório e respiratório. “Além de fazer bem para alma. Eu os chamo de Turma do Planeta Alegria, pois são muito alegres e participativos. Sou muito paparicada, eles são uns amores comigo. Temos uma ótima relação entre professora e alunos. Fazemos diversas confraternizações em datas comemorativas, como aniversários, festa junina, Dia do Professor. Em 2022 fizeram uma festa surpresa pra mim que nunca esquecerei”, acrescenta Marta.

Maria Consuelo Damasceno Fonseca acompanha a professora desde a época em que ela ministrava musculação e ginástica e faz algum tempo é aluna da hidroginástica. Sobre sua experiência participando, ela comenta que “o retorno foi muito bom, pois fez muita falta. As aulas nos proporcionam não só a atividade física, mas também a socialização. Aqui fazemos novos amigos, inclusive já tenho amizade construída há mais de dez anos. Quando estamos reunidos nos sentimos renovados e acolhidos. Nos superar ou, como diz a professora, evoluir, como foi o meu caso, é gratificante. Tinha exercício que eu não fazia por medo e agora já consigo, é muito boa essa sensação. A Marta nos incentiva e transmite muita confiança e está sempre atenta a cada um. Eu tenho muito a agradecer por tantos momentos de descontração e alegria. Espero que o projeto continue para as próximas gerações, porque é uma benção para nós”.

Outra aluna antiga do projeto, Marilza Zanchetta Vieira ressalta que ele “é muito importante para a comunidade aqui nos arredores e já tem muitos anos que eu participo. Ele ficou parado por muito tempo e foi um sofrimento porque fazia muita falta para os idosos como a gente e tem vários que não podem pagar. Ali a socialização e o exercício são muito bons, é uma atividade física e mental. Lá trocamos ideias, brincamos, nos divertimos e praticamos esporte sem nem perceber. O Ifes está de parabéns em nos conceder esse espaço para o nosso lazer e o nosso desenvolvimento”.

Desses dois anos à frente do projeto, segundo Marta, o que mais a marcou foi a recepção que teve. “Me abraçaram e me acolheram. Eles levam comida para mim, estão presentes lá todos os dias, até no frio. As histórias são várias: gente que estava muito triste por conta de perda de familiar e que hoje me falam que retornaram a alegria ali; outro que chegou de muletas e hoje não as usa mais, pois a atividade foi excelente para a musculatura de sua perna.

“Acho que é um projeto bem-sucedido, pois de uma turma fomos pra duas e teria inscrição até para uma terceira. Lembrando que é um projeto social, sem fins lucrativos e os alunos não pagam nada. É muito legal essa integração entre a escola e o entorno, atendemos aqui também alunos, servidores, mães de servidores da escola e aposentados. Espero que quando eu me aposentar, o que não sei quando vai ser, mas já vou fazer 65 anos agora, alguém me substitua e dê continuidade” finaliza Marta.

O projeto é conduzido pela professora Marta Mirian Perim e hoje atende 136 pessoas.