Você já deu uma chance para o silêncio hoje?
Escutar é o processo de doar nossa atenção e digerir o que está sendo dito - precisamos de tempo e silêncio para que isso aconteça.
Dadirri – palavra que sintetiza a ideia de um ato profundo de escuta genuína, contemplativa respeitosa na cultura nativa aborígene australiana.
“É escuta interior, profunda e consciência silenciosa e serena. 'Dadirri' reconhece a fonte profunda que está dentro de nós. Nós a invocamos e ela nos invoca. Este é o presente pelo qual a Austrália tem sede. É algo como o que vocês chamam de 'contemplação'.”
É o que diz Miriam-Rose Ungunmerr, uma renomada ativista e educadora aborígene australiana, reconhecida por seu trabalho em promover a cultura e a espiritualidade dos povos aborígenes.
Fonte: Fundação Miriam Rose
Doar e digerir
Escutar inclui o processo mútuo de doar nossa atenção e digerir o que está sendo dito. Precisamos de tempo e silêncio para que isso aconteça de verdade. Frear a nossa fala e nosso pensamento enquanto escutamos pode ser difícil. Se pensarmos demais, deixamos de escutar.
A nossa mente precisa silenciar para escutarmos com silêncio, e esse é o desafio. Se estamos falando dessa escuta para o outro, precisamos, em primeiro lugar, aprender a sustentar o nosso próprio silenciamento interno.
No site de sua fundação, Miriam Rose Foundation, a ativista nos alerta: “Não há necessidade de refletir muito e pensar muito. É só estar ciente.” Miriam segue: “Não gostamos de pressa. Não há nada mais importante do que aquilo que estamos cuidando. Não há nada mais urgente para o qual precisamos nos apressar.”
Silêncio intermitente: não há necessidade de palavras.
“Quando experimento Dadirri, sou feito inteiro novamente. Posso sentar na margem do rio ou caminhar entre as árvores; mesmo que alguém próximo a mim tenha falecido, posso encontrar minha paz nessa consciência silenciosa. Não há necessidade de palavras.”
Podemos cultivar nossa consciência silenciosa praticando o silêncio intermitente, que, de acordo com o psicólogo Vítor Bertocchini, PhD em Clínica e Saúde, consiste em “fazer uma pausa intencional para se sentar (ou caminhar ou ficar de pé) em silêncio durante um período de tempo, dando a si próprio a oportunidade de se desligar dos ruídos e distrações da vida cotidiana.”
O psicólogo explica que essa prática é capaz de nos tornar mais atentos ao que dizemos e à forma como falamos: “Com o silêncio intencional, podemos começar a reconhecer que é uma escolha falar e podemos começar a refletir sobre os motivos pelos quais escolhemos falar.”
O que o canto dos passarinhos tem a ver com a sua saúde mental?
O nosso sistema nervoso foi programado, há milhares de anos, para conectar o canto dos pássaros a segurança. Pássaros não cantam com predadores por perto, o que significa que não há perigo iminente. Essa associação com a segurança traz a sensação de paz e relaxamento.
Esses dados foram constatados em uma pesquisa do Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano, na qual pesquisadores descobriram como a melodia afeta o humor e o funcionamento cognitivo. Também acredita-se que as frequências sonoras do canto dos pássaros são calmantes para o cérebro.
Redescubra a sua paz: o que realmente importa.
Assim que puder se desconectar do ritmo acelerado do dia a dia e dar uma volta ao ar livre, conecte-se com a natureza, ouça o canto suave dos pássaros e confie no poder transformador do silêncio contemplativo.
Para experimentar uma dose de serenidade, você também pode assistir o vídeo de 3 minutos produzido pela Miriam Rose Foudation sobre o “Dadirri” clicando aqui.
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