Técnica das três coisas boas
O sucesso desse exercício tem a ver com contrariar a tendência humana de se concentrar no negativo.
Entre as práticas sugeridas pela psicologia, esta é uma das mais simples e eficazes. Ela consiste em refletir no final do dia sobre três coisas positivas que ocorreram, sejam grandes ou pequenas, e escrever o que as tornou especiais.
Pode ser algo simples, como um encontro inesperado com um amigo ou uma conversa agradável com um colega, ou algo mais significativo, como uma conquista importante, como a aprovação em uma prova ou uma boa notícia de um familiar. O exercício é simples, mas seus efeitos são poderosos para o bem-estar emocional. Desde 2005, a técnica das três coisas boas foi aplicada em diversos grupos, desde jovens em comunidades periféricas de Nairóbi até mulheres idosas na Suíça.
Por que funciona?
O sucesso desse exercício está relacionado à capacidade de contrariar a tendência humana de se concentrar no negativo, um comportamento com raízes evolutivas profundas, que teve um papel crucial na nossa sobrevivência. Isso explica porque, frequentemente, não prestamos atenção em um gatinho que nos segue, mas perceberíamos rapidamente a presença de um leão.
O cérebro humano foi moldado para detectar ameaças e garantir nossa segurança. Porém, em um mundo contemporâneo marcado por conflitos, guerras, sofrimentos e uma exposição constante a notícias negativas – muitas vezes acessadas imediatamente por nossos celulares – a perspectiva negativa tende a nos afetar com facilidade.
A transformação no dia a dia
Com algum tempo de prática, você pode começar o dia buscando por coisas boas para incluir na lista, logo ao acordar. Assim, você treinará seu comportamento para não focar apenas nos perigos, mas também no que é positivo.
A psicologia positiva busca compreender e promover os aspectos que tornam a vida valiosa, como a gratidão, a resiliência, o otimismo e o desenvolvimento de relacionamentos saudáveis. Ela não ignora os problemas, mas valoriza o que está funcionando em nós e em nossas vidas. Não se trata de autoajuda ou de um positivismo idealista, mas sim de uma mudança de perspectiva – ou, melhor dizendo, de mudar a pergunta.
Esse comportamento tem o potencial de promover um aumento sistemático e duradouro na felicidade, desde que seja praticado em condições ideais. Isso significa que pode não funcionar para todos. Embora não seja uma solução universal, diversos estudos sobre práticas alternativas na psicologia positiva demonstram o potencial dessa abordagem, evidenciando seus benefícios, até mesmo para pacientes com depressão, em diferentes contextos.
Uma intervenção como essa não custa nada e leva pouco tempo. Vale a pena tentar para ver se funciona para você. Você também pode mantê-la em mente como uma estratégia útil para o futuro, caso se sinta infeliz ou desmotivado.
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