E você, ainda escreve à mão?
Um convite para reforçar ou retomar a prática como exercício diário.
Antes de entrarmos no nosso assunto, ou melhor, em nossa provocação, queremos contextualizar como chegamos ao conteúdo aqui proposto. Ou, ainda, precisamos reconhecer que a internet, ora demonizada, ora celebrada, está em nossos dias de forma irreversível. A reflexão que deixamos é que é possível fazer bom uso e boas conexões a partir dela. Por exemplo, no caso do tema que trataremos no texto de hoje.
No último final de semana, especificamente no domingo dia 4 de maio de 2025, vimos que o professor, sociólogo e escritor Mario Medeiros (@marioamsilva) e queridíssima professora do Campus Vitória, doutora em ciências sociais, Luciana Silvestre Girelli republicaram em seus stories repost da Revista Trip (@revistatrip), cuja pergunta fundamental era “Você ainda escreve à mão?”
Luciana Girelli, afirma “eu escrevo à mão quando eu preciso pensar e organizar questões. E tenho tentado fazer isso com mais frequência.”
A publicação da Revista Trip foi originalmente feita pelo escritor e criador de conteúdo André Carvalhal @carvalhando, que refletiu sobre estarmos desaprendendo a escrever, prática simples e poderosa, sobre a qual escreveu:
“Qual foi a última vez que você escreveu algo à mão? Na última década, os teclados e telas substituíram aos poucos a escrita à mão em nossas vidas, das salas de aula às reuniões de escritório.
Para algumas pessoas escrever à mão se tornou algo tão raro que a letra vem até se deteriorando.
“Eu percebi que minha letra estava ficando ilegível, minha mão doendo pelo esforço. Era melhor quando eu tinha oito anos”, contou uma escritora do The Guardian.”
Algumas escolas pelo mundo até pararam de ensinar as letras cursivas para os alunos. No Brasil, a BNCC preconiza o ensino da cursiva no ensino fundamental.
E, de fato, escrever à mão oferece benefícios cognitivos que a digitação não consegue replicar.
Diversos estudos mostram que as pessoas são melhores em lembrar de coisas que escreveram manualmente do que em um computador. Isso porque escrever à mão ativa mais áreas do cérebro, ajudando a criar mais conexões.
Além disso, escrever à mão é uma habilidade cognitiva e motora complexa que requer mais atenção. Escrever também ajuda na prática de conhecimentos mais subjetivos, como criatividade e paciência.
Mesmo para nós, adultos, praticar a escrita à mão pode ser muito bom. Escrever pode ser uma atividade terapêutica para organizar sentimentos, e até mesmo um exercício para melhorar a comunicação, já que nos “obriga” a pensar mais para construir ideias.”
A professora de língua portuguesa e literatura brasileira do campus Vitória, Camila Dalvi, sempre, desde nova, estudou com auxílio de resumos e esquemas à mão. Além disso, gosta de trabalhos manuais e artísticos com letras. Atualmente, em sua atuação como professora, com frequência solicita que os alunos anotem pontos importantes da aula e estudo fazendo esquemas, como forma de retomar um pouco desse uso da manualidade e de trabalho com a cognição. Tanto é assim que, durante atividades avaliativas, como forma de incentivo, costuma permitir que os discentes consultem apenas os materiais escritos, anotados. Isso dá aos alunos uma oportunidade interessante e resgata experiências boas com o aprendizado.
No Ifes, desde 2019 passamos a usar o Sistema integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC), terrível para alguns, bom para outros. O governo federal, tendo se inserido na revolução tecnológica, tem investido no sistema SouGov, que acaba de completar 4 (quatro) anos e por meio desse sistema, praticamente todas as solicitações funcionais podem e devem ser feitas por lá.
Além disso, há alguns anos o Ifes disponibiliza, de forma sistemizada, o kit digital, que consiste em um conjunto de conteúdos úteis para planejar, estudar e realizar apresentações institucionais ou mesmo para simples consulta.
Desta forma, é inegável que podemos ser levados a abandonar a prática da escrita à mão, em razão das facilidades tecnológicas. Por outro lado, uma vez que sabemos que comprovadamente estudos demonstram os benefícios da escrita à mão, podemos adotar essa prática em nosso dia a dia.
No Ifes, ainda que o kit digital seja disponibilizado, também tem sido mantida a distribuição dos cadernos institucionais. Além, é claro, de podermos manter o hábito da escrita, por meio de recursos próprios, como cadernos, planner, agendas, entre outros.
Afinal, como dito, escrever manualmente consiste em exercício comprovadamente benéfico para a memória, a concentração e a criatividade, uma vez que provoca conexões com partes específicas do cérebro.
Aproveitando que falamos em escrita, criativa e interações, a Coordenadoria Geral de Gestão de Pessoas (CGGP) informa que quem tiver interesse em propor um tema ou mesmo apresentar um texto para ser publicado na coluna Viver Bem, basta enviar por meio do formulário, onde também é possível avaliar o projeto. Contatos também podem ser feitos por meio do número (27) 99298-0485.
O Projeto Viver Bem foi idealizado e tem sido executado pela CGGP e até o momento conta com 28 publicações. A ideia, no entanto, é levar o projeto a evoluir para acolher a participação das pessoas que compõem o Ifes – Campus Vitória, uma vez que, como assegura Martinho Lutero, “Mesmo que o mundo fosse se desintegrar amanhã, ainda assim plantaria minha macieira”.
Fica, então, o convite para você “plantar sua macieira” em forma de texto para ser compartilhado com nossa comunidade.
O conteúdo desta matéria teve a contribuição das servidoras citadas e revisão da professora Aurélia Hubner Peixouto. Contato: cggp.vit@Ifes.edu.br
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